sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FÓRMULA 1 - QUE A DIGNIDADE PREVALEÇA


FÓRMULA 1  -  QUE A DIGNIDADE PREVALEÇA

Estamos a dois dias da última prova do mais equilibrado Mundial de Fórmula 1 que me recordo.  Quatro pilotos podem conquistar o título, tornando imprevisível o resultado final. O que chama a atenção é que, mais que se destacar o brilhante desfecho da temporada, e o equilíbrio finalmente obtido na categoria - depois do reinado Schumacher - o assunto mais comentado e debatido é a possível necessidade de se “arrumar” um resultado, para garantir o título de um dos pilotos da Red Bull, e se isso é válido ou não. Não tenho nenhuma dificuldade em responder esta questão: NÃO!!!  Para mim, é inadmissível alguém, deliberadamente, “deixar passar” outro piloto, seja da mesma equipe ou não, pois isso fere a ética do esporte, prejudica alguém diretamente, e torna falso o resultado final.
A Ferrari já cansou de usar este artifício – quase sempre prejudicando algum piloto brasileiro – e neste ano mesmo, no GP da Alemanha, deu ordem para que Felipe Massa cedesse seu lugar (primeiro, naquele momento) a Fernando Alonso, o que de fato ocorreu. Forjou-se um resultado, foram prejudicados, além de Massa, todos os outros pilotos: hoje Alonso estaria com sete pontos a menos, ficando ainda na liderança do Mundial de Pilotos, mas a somente um ponto de Mark Webber, o que mudaria todo o panorama. Nada, ou quase nada foi feito, em termos de punição à Ferrari, naquele momento.  Muitos justificam desta forma, um possível ato similar da Red Bull, na prova do próximo domingo.
Mas nem tudo está perdido: “Um segundo lugar nas circunstâncias corretas deverá ser melhor do que vencer com base em ordens e confirmações”, declarou Dietrich Mateschitz, chefe da Red Bull, nesta semana, à revista Autosport. Encanta-me a postura do “big boss” da escuderia, e espero que seja verdadeira. Com este exemplo, estará mostrando à Ferrari e ao mundo, que a dignidade ainda sobrevive, e de que se pode fazer esporte de alto rendimento, com grandes investimentos, baseado na honra e na justiça. Não consigo imaginar que patrocinadores queiram ligar suas marcas a equipes que usam da mentira, do engodo, para tentar o sucesso a qualquer preço. Nem que a imprensa especializada e os milhões de fãs, espalhados pelo mundo aceitem e apóiem esta atitude errada e indigna.
Para justificar estas atitudes imorais, nós brasileiros usamos a antiga (e lamentável) Lei de Gérson: “Eu quero é levar vantagem em tudo”. Quem sabe a Red Bull nos mostre que ainda existe esperança de um mundo melhor. Eu torço muito para que um dos seus pilotos – Mark Webber ou Sebastian Vettel, no domingo, acabe como campeão. Na pista. No braço.

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