terça-feira, 24 de abril de 2012

"Sim, se pode"


 Messi desperdiçou o pênalti que classificaria o Barça

O futebol é realmente apaixonante, por situações como as vividas nessa semifinal da Champions League, entre Chelsea e Barcelona. Foram 180 minutos (mais alguns, como acréscimo) de futebol, onde uma equipe que tecnicamente é bem superior dominou completamente as ações, e a outra, jogando taticamente e com muita garra, atacou quatro vezes e fez três gols. Resultado: Chelsea na final. Barça eliminado.

Dá para se lembrar do slogan da campanha presidencial de Barak Obama: “Yes, we can”. E no futebol sempre se pode. E ninguém poderá dizer que foi covardia ou antijogo do Chelsea. Foi sim uma demonstração de competência e obediência tática, do cumprimento de um plano de jogo por todos os atletas londrinos que participaram das duas partidas.

Também não se pode (ou deve, porque muitos vão desancar a equipe catalã) anunciar o fim da era Barcelona e nem deixar de reverenciar os espanhois. Duarante os dois confrontos, o Barça se manteve fiel ao seu esquema de jogo, criou inúmeras oportunidades, mas dessa vez, desperdiçou a maioria delas, o que não é comum. Culminando com o pênalti perdido pelo genial Messi, na segunda etapa do jogo de volta.

Como forma de enaltecer ainda mais o feito heroico dos ingleses, vale lembrar que na segunda partida, na tarde desta quarta-feira, o Barcelona precisava fazer 2x0, e o fez ainda na primeira etapa, enlouquecendo o lotadíssimo Camp Nou. Nesse momento, os ingleses se encontravam com apenas 10 jogadores em campo (Terry fora expulso de maneira estúpida, momentos antes do segundo gol barcelonista). 


Coube ao brasileiro Ramirez, em mais um contra-ataque (ele já havia puxado o contra-ataque que resultou no gol da vitória da partida de ida), fazer um belíssimo gol, “a la Messi”, por cobertura, e definir a classificação. Não sem antes ter que suportar o segundo tempo inteirinho com o Barcelona na maior pressão.

Apaixonante. Emocionante. Sensacional. Agora entendi Obama. Sim, se pode.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Isso é Atletiba


Coxa levou o turno. Mais dois Atletibas decidirão o Estadual

Mais um Atletiba no Couto Pereira. Mais uma vitória do Coritiba. Mais uma vez um atleta do Rubro Negro é expulso (justamente, diga-se de passagem) ainda no primeiro tempo e compromete a sua equipe. Mais uma vez o superclássico decidirá um Estadual.

E foi um jogaço. Se tecnicamente não foi uma partida brilhante, sobrou emoção. De início o Atlético/PR partiu para cima, mas o Coritiba abriu o placar logo de cara, em um contra-ataque. O Furacão continuou atacando, mas foi muito bem marcado. Tão bem, que a excelente marcação do jovem Lucas Mendes (escalado justamente para isso) irritou o experiente Guerrón, a ponto de agredir o adversário. O “juvenil”nesse caso foi o colombiano, que expulso de campo, selou o destino do jogo.

Mas mesmo com 10 atletas em campo, o Atlético/PR, sob a batuta do experiente – e equilibrado – Paulo Baier, reagiu, buscou o empate duas vezes, mas sucumbiu no final, não suportando o maior volume de jogo do Verdão, que soube explorar o “homem a mais” na segunda etapa.

O equilíbrio esbanjado por Baier faltou em Guerrón (principal atacante da equipe) e em Carrasco ao escalar o time. Sou fã incondicional dos esquemas ofensivos, e nesse quesito aplaudo o uruguaio. Agora, tendo ele três bons armadores, como Paulo Baier (escalado mais recuado, até vamos dar um desconto), Marcinho (escalado como centroavante... credo!) e Harrison (que nem no banco ficou), optou por iniciar com o atacante Ricardinho, que é um velocista e driblador, jogando na meia. Aí, o desequilíbrio do jogo.

Ao contrário, Marcelo Oliveira escalou o Coxa com Lucas Mendes na lateral, na tentativa de anular o principal atacante rival. E iniciou com Éverton Ribeiro, que vem em boa fase, fazendo gols e jogando bem, no lugar do inconstante Lincoln. Acertou nas duas, trabalhando de forma perfeita, desiludindo alguns que o consideram abaixo do nível do Coritiba. Pelo que já fez pelo Verdão, pelos números obtidos em 2011 e 2012, já comprovou sua competência. Ao menos para quem vê o futebol com isenção clubística ou sem algum interesse qualquer.

Fosse o Paranaense um Campeonato de pontos corridos, o Coritiba teria se sagrado campeão já nesse domingo, pois abriu quatro pontos sobre o Atlético/PR, faltando apenas uma rodada. Mas como são os campeões dos turnos que decidirão a parada, teremos mais dois Atletibas eletrizantes.

A galera rubro-negra vai com a expectativa de que a equipe é melhor e pode fazer o que fez nos dois clássicos dos turnos - em especial o último - onde jogou com um a menos mais de uma hora e mesmo assim equilibrou as ações. Os coxas têm a certeza de que os 4x2 de ontem credenciam o Coritiba como favorito.

Acredito que, com o Furacão escalado de maneira desequilibrada, o título estaria mais perto do Alto da Glória. Porém, caso o técnico Carrasco corrija e iguale as forças (ofensiva e defensivamente) no meio campo, o Atlético/PR, por sua agressividade, pode levar essa, mesmo jogando a segunda partida no Couto Pereira. Promessa de mais emoção.

Quarta tem Paraná na Vila

A Vila estará lotada para mais um jogaço do Tricolor
Na próxima quarta-feira, o Tricolor recebe o Palmeiras, de Felipão, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Noite para Vila Capanema lotada de torcedores e transbordante de energia. O fato de o Paraná jogar a primeira em casa só ajuda. A euforia pela classificação dramática, com gol de empate já nos acréscimo, contra o Ceará, na última semana, ainda está palpitando no coração da gente tricolor.

O clima no Durival de Britto será totalmente favorável, o que pode levar a jovem -  e ainda em formação - equipe paranista a um triunfo que lhe permita sonhar com a classificação em São Paulo. Tudo passa pelo primeiro jogo e a torcida será protagonista nessa história. Sinto o cheirinho de vitória no ar.

Mas não se pode esquecer que o Palmeiras é o Palmeiras, e como tal deve ser respeitado. Respeitado, mas não temido. Prá cima deles, Tricolor!

Ô... o Nadal voltou

Nadal atropelou Novak Djokovic na final de Monte Carlo
Em uma exibição de gala, o espanhol Rafael Nadal atropelou o sérvio Novak Djokovic na final do Master 1000 de Monte Carlo, e venceu por 2x0 (parcias de 6/3, 6/1). Foi o oitavo título consecutivo no saibro real. E veio depois de sete derrotas seguidas para o rival Djokovic, atual número um do mundo.

Nadal voltou a jogar como nos bons tempos, e errando quase nada, levou o 20º título de Master Series na carreira, recorde da categoria. No saibro, o espanhol é o “Rei”.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Foi de arrepiar


Douglas enlouqueceu a Vila com o gol salvador

Nada melhor para o resgate da autoestima de um clube vencedor como o Paraná Clube do que o jogo da última quarta-feira, contra o Ceará. Um 1x1 comemorado como poucas vitórias da história tricolor. No instante que a bola colocada para dentro (não através do pé do tanque Douglas, mas com a alma da nação paranista) tocou a rede dos cearenses, a emoção foi geral. Lágrimas rolaram. Incontáveis.

São momentos assim que fazem tão belo o esporte número um do brasileiro. Para quem já viveu os momentos mais belos da história do Paraná Clube, seja de dentro do campo, ou das arquibancadas (como os mais de 11 mil que estavam na Vila), ou dos milhares em suas casas, de ouvido colado no rádio (e como é bom ouvir um jogo pelo rádio e sonhar), acompanhar o definhamento do clube, doeu muito. Mas os ventos que hoje sopram são diferentes.

Os deuses do futebol prepararam essa surpresa em 2012. Depois do ano mais infeliz da história paranista, com direito a rebaixamento no paranaense e escapar na última rodada do Brasileirão, de cair para a Série C, o ano atual trouxe muita dúvida e medo aos torcedores. Mas trouxe também o retorno de um dos ídolos do clube – Ricardinho – agora na função de técnico, e trouxe também esta vitória, contra o Ceará (até 2011 na Série A), que garante o clube nas oitavas da Copa do Brasil, e recoloca o Paraná Clube na rota dos grandes clubes brasileiros (enfrentará o Palmeiras na próxima rodada).

Tecnicamente, ainda falta muita coisa para que a equipe possa ser considerada apta a buscar os retornos à primeira divisão do paranaense e brasileiro, mas é marcante o resgate de dois ingredientes fundamentais: a volta da “alma guerreira” do Tricolor, principalmente na Vila, e a empatia entre time e torcedor.

Foi de arrepiar.

E agora, o Atletiba

Domingo próximo é domingo de Atletiba. O clássico é cada vez mais comentado pelas insanidades cometidas fora dos estádios do que pela disputa dentro das quatro linhas. Mas esse pode ser diferente. Com o Couto todo verde, o Coxa buscará o título do 2º turno e a oportunidade de decidir o campeonato contra o arquirival. Para o Furacão, a vitória praticamente garante o título de 2012, o que, para quem caiu de divisão no Brasileirão há quatro meses, será surpreendente.

Jogaço. Atletiba,  por si só, já faz bater mais forte os corações envolvidos. Valendo tanto, como esse, será para emocionar. Espero que as coisas se resolvam dentro do campo e não pelos terminais da cidade.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Tudo lindo na Copa do Brasil


Começou bem a semana dos paranaenses na Copa do Brasil. O Coritiba despachou a zebra de volta para Alagoas com um convincente 3x0. O Paraná Clube foi até Fortaleza e em pleno alçapão (só quem conhece o Presidente Vargas sabe a real definição de alçapão) e voltou com um excelente 2x2, o que abre a perspectiva de se buscar a classificação na Vila. E na noite desta quinta-feira (12) o Atlético/PR pode fechar os 100% eliminando o Criciúma (jogo no qual pode até perder por 1x0, que se classifica).

O Coxa

Tcheco comemora o primeiro gol
Os dois a zero no primeiro tempo trouxeram a tranquilidade necessária. Até se abrir o placar, o nervosismo era visível. E o primeiro gol veio com um pênalti inexistente (a falta foi fora da área). Problema do árbitro. E do ASA.  

O Coritiba buscou o resultado em todos os momentos, lembrando um pouco o estilo que marcou a equipe de 2011. São vitórias assim, convincentes, que podem resgatar a autoestima dos atletas e fazer com que a torcida confie mais no time e dê uma trégua nas vaias, que estão prejudicando demais a equipe em campo.

O Tricolor

Ao contrário do que esperavam a maioria dos “experts” do futebol nacional, o Paraná foi ao Ceará enfrentar o “Vozão” e voltou com um expressivo 2x2.  Para comemorar. Temos que admitir que, nos primeiros 20 minutos da partida, o Ceará poderia ter definido o jogo, se concretizasse as quatro oportunidades claras de gol que criou. Ou o goleiro tricolor Luis Carlos fazia um milagre, ou os atacantes cearenses erravam o alvo. Azar deles.

O lateral Henrique teve dificuldades na marcação
Aos poucos, a equipe paranista foi se ajustando, até empatar a partida. Isso tirou um pouco do ímpeto do Ceará. No segundo tempo, mesmo sendo dominado, o Tricolor conseguiu virar o jogo, fazendo 2x1. Mas os cearenses foram prá cima, e no sufoco, conseguiram o 2x2. Mas que empatezinho bom.

O sistema defensivo do Paraná inspira cuidados. Os laterais Paulo Henrique e Henrique (dois dos poucos sobreviventes do trágico primeiro semestre de 2011) são muito mias eficientes no apoio que na marcação. E a cobertura nos lados, seja com os zagueiros André Vinícius e Alex Bruno, ou com os volantes Alex Alves e Douglas Packer, não funcionam. Trabalho para o técnico Ricardinho. Principalmente o lado esquerdo (nas costas de Henrique), que ele conhece tão bem, precisa de urgentes correções.

Agora, no jogo da volta, com a Vila Capanema transbordando euforia, confiança e torcedores, a classificação, antes distante, ficou bem possível. É o Paraná se reinventando.

O Furacão

Lance do jogo de ida, em Criciúma
Hoje não tem para o Tigre. Dentro da normalidade, o Atlético/PR faz de dois prá cima nos catarinenses. Principalmente se o Carrasco escalar a equipe como de costume, e realizar as substituições com mais equilíbrio e lógica. Deixa as “invenções” para os treinos no CT do Caju.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Apito Amigo



Atacante Roberto comemorando um dos gols da vitória Coxa
De apito em apito o instável Coritiba de 2012 vai se aproximando do título do 2º Turno do Estadual e provocando a tão aguardada decisão em dois AtleTibas.  Os consecutivos erros de arbitragem (ou digamos, no mínimo, decisões estranhas e atípicas) se sucedem, desde a primeira etapa do certame, coincidentemente sempre favorecendo o Coxa. O time dentro de campo, não tem nada a ver com erros e acertos dos árbitros, e faz os seus resultados da forma que pode e consegue. Mas que já está ficando até “chato”, isso está.

Sem forçar muito a memória, lembramos o escandaloso pênalti não marcado a favor do Londrina, lá no Estádio do Café, aos 46 do segundo tempo, que se convertido (vale lembrar que pênalti é pênalti e não gol), daria a vitória ao Tubarão e tiraria o pontinho que o Coxa levou com o empate em 1x1.

Ainda no primeiro turno, no desastroso empate com o Rio Branco, em pleno Couto Pereira, outra penalidade máxima deixou de ser marcada a favor de um adversário do Coritiba. Seria mais uma derrota da equipe alviverde. No segundo turno, entre outros equívocos, se faz necessário destacar o “assalto” sofrido pelo Londrina (de novo?), no Couto Pereira, na partida que decidia a primeira colocação do turno. Operaram o Tubarão sem anestesia, com direito a expulsão desnecessária, anulação de dois gols e outras coisas mais.

Agora, na partida frente ao Cianorte, no último domingo (8), novamente no estádio do Coritiba, mais um “apito amigo”. Depois do gol de empate do Leão, no início da segunda etapa, a arbitragem começou a agir. Foram duas expulsões estranhas. Daí, com 11 contra 9, bastou ao Verdão pressionar e conseguir os dois gols que lhe deram a vitória. Alguns podem alegar que a falta do lateral esquerdo Fabinho era passível de amarelo, e como reincidente, lhe custou o vermelho.

Ora, pode ser até verdade. Mas a falta foi tão inexpressiva e leve, que não vejo motivo para o cartão. Se analisarmos o VT do jogo, certamente veremos inúmeras faltas de maior gravidade e contundência, cometidas por atletas alviverdes, que não foram punidas com cartão, e sequer marcadas pelo árbitro, em algumas ocasiões.

Fica a pergunta: se a falta fosse cometida pelo Émerson, ou qualquer outro defensor do Coritiba, este teria sido expulso de campo também? Não acredito.

A segunda expulsão, do lateral direito cianortense  Jackson, aconteceu devido a uma reclamação. Outro segundo amarelo e a consequente expulsão. Novamente dirão que a reclamação foi acintosa, e que o árbitro está certo. E novamente respondo que até pode ser verdade. Mas que Tcheco e Rafinha, para citar apenas dois, por várias vezes, só faltam tomar o cartão vermelho das mãos dos árbitros e expulsá-los, e não existe nenhum apitador “corajoso”, ou fiel às regras, como o Sr. Adriano Milczvski o foi na noite de ontem, ao não hesitar em expulsar o atleta do Leão do Vale.

Fica a pergunta: se a reclamação fosse do Tcheco, ele teria sido expulso da mesma forma? Jamais.

Reafirmo que dentro de campo, atletas e comissão técnica não tem nada a ver com isso, e devem fazer a sua parte. O preocupante é ver que essa sequência de erros favorecendo o Coxa podem tirar a credibilidade da disputa, que está bonita (pela emoção e não pela técnica) dentro das quatro linhas.

 Árbitros, um pouquinho menos. O Coritiba é capaz de vencer o Paranaense por suas próprias forças.

O zagueiro Manoel foi escalado como centroavante
Empate Rubro Negro

Do empate do Furacão, contra o Corinthians/PR, no Eco Estádio, só uma declaração: Carrasco, Manuel de centroavante é “prá acabar”.