sexta-feira, 29 de junho de 2012

Parabéns, Professor Miro

Hoje é o aniversário de uma lenda do futebol curitibano e coritibano: Professor Arzemiro Bueno, mais conhecido como Professor Miro. Durante décadas comandou o trabalho com a piazada do Coritiba (meninos até 14 anos). De suas mãos brotaram dezenas - centenas, talvez - de jogadores de futebol, alguns deles super craques, como Dirceuzinho, Alex, entre outros.

Deus me deu o presente e a alegria de ter passado pelo comando do mestre (na Base Aérea, hoje CINDACTA, no Bacacheri) e dele ter extraído muita coisa. Rígido e disciplinador quando necessário, mas aquele paizão, amigão, quase sempre. Alegre e exigente, comandava mais de 200 meninos com tranquilidade e talento. Apelidava a piazada, mas dava aquela bronca quando merecido.

Uma coisa é certa: vários meninos que passaram pelo Professor Miro se tornaram profissionais no futebol, mas os milhares que não jogaram profissionalmente se tornaram homens de caráter, dignos e honrados, com os exemplos do mestre.

Que Deus lhe retribua todo o carinho e cuidado, toda a dedicação, todos os bons exemplos distribuídos aos milhares de pupilos, com muita saúde e longevidade.
Obrigado, MESTRE!!!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

"As coisas simplesmente acontecem"


O Coritiba está mais uma vez na final da Copa do Brasil. Com uma convincente vitória por 2x0 contra o São Paulo, levou à loucura o Couto Pereira (estranhamente não lotado) nesta quarta-feira fria e chuvosa, e garantiu sua vaga na decisão. Já havia jogado melhor que o adversário no jogo de ida, em São Paulo, mas acabou derrotado. Desta vez foi eficiente, atacando e defendendo, sem dar chances ao Tricolor do Morumbi.

Hoje diversos analistas de futebol e torcedores do clube enaltecem a conquista. Uma enxurrada de elogios ao clube e, principalmente, ao seu treinador, Marcelo Oliveira. Justas. Mas o que foi diferente do primeiro jogo contra o São Paulo? Ou no jogo final da Copa do Brasil de 2011, contra o Vasco da Gama? Em meu ponto de vista nada, além do placar do jogo.

No Morumbi, quarta-feira da semana anterior, o Coritiba impôs o seu estilo de jogo, fechou os espaços, e criou algumas situações para abrir o placar. Mas o talento do jovem atacante são-paulino Lucas venceu tudo isso, no último minuto da partida. Na final de 2011, o Coritiba atropelou o Vasco, venceu por 3x2, mas como havia perdido o jogo de ida, no Rio de Janeiro, por 1x0, amargou o vice-campeonato.

Nas duas oportunidades as críticas ao clube e seu técnico foram ácidas e contundentes. Retranqueiro, despreparado, ingênuo, incompetente, foram algum dos adjetivos utilizados por boa parte dos analistas e torcedores. Discordo totalmente daqueles posicionamentos. Em ambos os casos o Coritiba foi melhor e merecia melhor sorte. Mas o futebol apresenta situações e soluções que fogem ao controle de qualquer pessoa.

Ou alguém duvida que se a bola chutada pelo atacante Luis Fabiano, depois dos 40 minutos do segundo tempo, que passou a centímetros da trave direita de Vanderlei tivesse entrado, Marcelo Oliveira estaria sendo chamado novamente de retranqueiro, burro, ou coisa pior?

Fico com uma colocação de Tostão, gênio dentro de campo e o melhor colunista esportivo do país (em minha humilde opinião): “No futebol as pessoas sempre querem explicação para tudo. Só que muitas vezes, as coisas simplesmente acontecem”.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Feriadão de Corphus Christi com futebol, tenis, volei, F1...


O feriadão de Corpus Christi foi recheado de esportes. E com a chuva diária e ininterrupta, aliada a um frio de “renguear cusco”, o jeito foi se internar em frente à televisão e acompanhar tudo. No “esporte bretão” tivemos rodada dos Brasileirões, séries A e B, passando pela Eurocopa, que começou com tudo, e ainda um jogaço entre Brasil e Argentina (para mim, o maior clássico do futebol mundial). Voleibol, com as seleções brasileiras - masculina e feminina – em quadra. Fórmula 1, que a cada GP surpreende pelo equilíbrio e emoção. E o Aberto da França (Roland Garros), que só foi acabar na manhã da segunda-feira.

Futebol

O Coritiba perdeu por 3x1 para o Flamengo
Na Série A, o Coxa foi ao Rio, enfrentar o Flamengo, em crise. E perdeu por 3x1. Um pouco pelo mau começo, mas também pelo erro grosseiro da arbitragem, ao validar o primeiro gol dos cariocas, em completo – e visível – impedimento. Agora, o Verdão vai a São Paulo enfrentar o Tricolor do Morumbi, na quinta-feira, no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil. Outra pedreira. Objetivo maior é retornar vivo, para conseguir usar a força do Couto Pereira, no jogo da volta e chegar a segunda final consecutiva da competição.

Com escalação confusa Furacão perde em Maceió
Na Série B, o Atlético/PR, do técnico Juan “Prof. Pardal” Carrasco, não resistiu ao CRB, lá nas Alagoas. E de invenção em invenção o Furacão vai oscilando na competição. Ora atropela e goleia, ora afunda completamente. O que preocupa é que para subir à Série A o principal quesito é a regularidade. Mas ainda dá tempo de se ajustar. Talvez um pouquinho mais de “normalidade” ajudaria.

Tricolor vence aos 49 do segundo tempo

O Paraná Clube venceu a primeira no Brasileirão. 3x2 no Guaratinguetá, na Vila Capanema. E foi mais na raça que na bola. O gol da vitória aos 49 minutos do segundo tempo, numa cabeçada do volante Zé Luis, enlouqueceu a torcida (pequena, vale ressaltar), que já vaiava a equipe. A vitória dá um novo fôlego ao time, que apresentou o meia Lúcio Flávio, que retorna ao clube depois de 11 anos. É o maior reforço Tricolor para o certame. Recuperando a sua forma física e, principalmente, técnica (já não joga regularmente há um bom tempo) será fundamental, porque é craque e identificado com o Paraná.

Na Eurocopa 2012, algumas surpresas, como a Dinamarca bater a Holanda por 1x0 logo na primeira rodada.  O empate da Espanha contra a Itália até pode ser considerado como zebra, mas o fato é que depois da conquista da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, a “Fúria” não ganhou nenhum amistoso contra adversários relevantes, inclusive tomando de quatro, da mesma Argentina, de Messi e companhia, que suou sangue para bater a nossa meninada. Surpresa positiva foi o veloz time russo. Esse dará trabalho.

Brasil jogou bem mas não conseguiu parar Messi
A Seleção Brasileira Olímpica acabou o giro de quatro amistosos preparatórios com uma derrota para a Argentina. E que “suculenta” derrota.  Os 4x3 mostraram que a equipe de Mano Menezes está no caminho certo. Nenhuma seleção olímpica adversária apresenta em sua equipe jogadores tão bons como Mascherano, Di Maria, Aguero e Higuaín. E ninguém no universo tem um gênio como Messi. Por isso, creio que chegaremos a Londres com grandes possibilidades de conquistar o ouro inédito.

Fórmula 1

Luis Hamilton foi o sétimo piloto diferente a vencer em 2012
No Canadá, neste último domingo, aconteceu a 7ª etapa do Mundial de F1. E Lewis Hamilton, da MacLaren foi o 7º piloto a vencer nessa temporada, e de quebra assumiu a liderança. Recorde absoluto. Equilíbrio total. Com o crescimento de equipes pequenas e intermediárias, como Lotus (está à frente da Ferrari, no campeonato de construtores), Mercedes, Sauber e Willians, as corridas são disputadas da primeira a última volta. Fantástico.

Voleibol

No masculino Brasil atropela a Polônia
Na Liga Mundial os “marmanjos” do Brasil vingaram as duas últimas derrotas para a Polônia com um convincente triunfo sobre o “enjoado” rival, por 3 sets a 1 (26/24, 25/17, 23/25 e 25/23). Com a vitória, o Brasil assumiu a liderança do grupo e viaja para a Finlândia (última etapa classificatória) dependendo apenas dos seus resultados contra a dona da casa, Canadá e Polônia, para garantir o primeiro lugar do grupo e seguir à etapa final, que será realizada na Bulgária.

As meninas também fizeram a sua parte no Grand Prix  e superaram as polonesas por 3 sets a 2 (25/15, 25/13, 23/25, 22/25 e 15/10), em 1h58 de jogo, no Atlas Arena, em Lodz, na Polônia. Antes, já haviam vencido pelo mesmo placar as seleções da Itália e Sérvia.
O próximo desafio das brasileiras na competição será em casa. As atuais campeãs olímpicas formarão o grupo E ao lado da Alemanha, da Itália e dos Estados Unidos. O time verde e amarelo estreará na segunda fase, às 20h20 da próxima sexta-feira (15) contra as alemãs, no ginásio Adib Moises Dib, em São Bernardo do Campo (SP).

Tênis

Nadal chorou com o sétimo troféu em Roland Garros
Com uma campanha quase perfeita (perdeu apenas um set durante a competição), o espanhol Rafael Nadal conquistou seu 7º título de Roland Garros e seu 11º Grand Slam (conjunto dos quatro maiores torneios: Roland Garros, Wimbledon, US Open e Australian Open). Na final, Nadal superou o sérvio Novak Djokovic – número 1 do mundo – por 3x1 (6/4, 6/3, 2/6, 7/5). O jogo, que começou no domingo e foi interrompido pelas chuvas, só acabou na manhã desta segunda-feira. Com a sétima conquista, Rafael Nadal superou o sueco Bjorn Börg, e se tornou o maior vencedor no saibro de Paris.
Fica uma pergunta: existirá algum ser humano capaz de ganhar três sets do espanhol, numa mesma partida, no solo sagrado de Roland Garros? 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Desdizer o que foi dito. Simples assim


A derrota do Brasil para o México, por 2x0, neste domingo (3), trouxe à tona novamente uma situação curiosa, entre torcedores e parte dos cronistas e comentaristas esportivos. Estes e aqueles, como brasileiros que são, e, portanto, “conhecedores” absolutos das artimanhas do futebol, já haviam mudado de opinião depois das duas vitórias iniciais nesse giro de amistosos preparatórios. A Seleção Brasileira olímpica, de Mano Menezes, antes “um bando de pernas-de-pau” era definida como pronta, de refinada qualidade, e para alguns, favoritíssima ao ouro em Londres. Bastou a derrota contra os mexicanos para que se desdissesse tudo o que foi dito. Como sempre. Fácil assim.

Quanto aos torcedores até se entende, pois são movidos pela paixão e, esses sim, não necessitam “saber de fato” do que estão falando. Para esse grupo o resultado numérico - o placar dos jogos - é o que interessa. Se ganha é bom, se empata é meia-boca e se perde é ruim. Mano Menezes começou com maus resultados à frente da Seleção e por isso já recebeu por grande parte da torcida o carimbo: não serve. E não interessa se quase nem treinou a equipe, se enfrentou seleções do nível de uma Alemanha, jogando em casa, o que interessa é que perdeu. Simples assim.

Lamentável é perceber que grande parte dos analistas (que são formadores de opinião) age da mesma forma. Como torcedores, passam da mais completa euforia após uma vitória para um total descrédito nas derrotas. Assim, sem mais nem menos. E sem vergonha nenhuma em negar o que já haviam afirmado, sacramentado e assinado. Apenas desdizem, na mais absoluta cara de pau. E o torcedor, indignado com a derrota, e querendo ouvir aquilo mesmo, nem se dá conta disso.

Após o revés de ontem, contra os mexicanos (ultimamente viramos fregueses deles, dos meninos aos mais velhos), isso ficou evidente. O mesmo comentarista que após as convincentes vitórias contra Dinamarca e EUA, já havia tornado verdade absoluta que o jovem Oscar era o armador que faltava à Seleção, e que Paulo Henrique Ganso nunca jogou “aquilo”, depois do resultado negativo veio com mais uma pérola: “O Brasil não tem armadores à altura”.

E então, cara pálida, pelo menos (segundo as suas próprias palavras) para enfrentar Dinamarca e EUA existiram armadores capazes, no caso o Oscar. Contra as outras equipes do mundo não? E o Ganso? O Oscar deve ser dispensado? Volta o Ronaldinho Gaúcho? Sai o Mano? Desistimos das Olimpíadas? Beira o ridículo.

Com esse pensamento, contra a Argentina, de Messi, Aguero, Di Maria, Higuain e Mascherano, o Brasil já perdeu, e de muito. E parte desses - torcedores e comentaristas - espera que seja de goleada, porque assim, segundo alguns, a CBF já demitiria Mano Menezes, antes mesmo dos Jogos Olímpicos.

Se tudo correr normalmente, acredito que o jogo do próximo sábado, entre Brasil e Argentina, deva ser vencido pelos “hermanos”, por sua maior qualidade e experiência. E se as feras deles estiverem inspiradas, e os nossos bons jogadores (além da nossa fera, Neymar, que até agora não brilhou) não estiverem em uma boa tarde, pode ser até de goleada. Mas se for o inverso, podemos vencer. E o que importa? Vencer ou não a Argentina não mudará o rumo da história.

O importante é se seguir um planejamento correto e profissional em busca dos objetivos traçados. O ideal (utópico, é verdade) seria que quem estivesse à frente da CBF fosse alguém capaz e entendedor desse complexo processo. Alguém que de fato já tivesse vivenciado tudo isso e pudesse definir com razão e sobriedade, e não com entusiasmo e paixão. Mas não é.

Torcedor, entenda que vencendo ou perdendo para a Argentina no próximo jogo, com Mano Menezes, Felipão, Muricy - ou seja lá quem for - à frente da Seleção nas Olimpíadas, você irá torcer e vibrar com as vitórias e lamentar e se revoltar com as derrotas. Analistas, analisem (se puderem) os jogos, os esquemas táticos, as variações apresentadas, as reais condições desse ou daquele jogador, e não somente o resultado das partidas. Não se aproveitem dos torcedores com sensacionalismos baratos e leviandades reprováveis.

E a vida seguirá, simples assim.