Os atos
que envolveram (e ainda envolvem) a “disputa de força e poder” entre Coritiba,
Atlético/PR e Federação Paranaense de Futebol (FPF), pela definição do local
onde o Furacão irá mandar os seus jogos enquanto a Arena estiver em reforma,
não fosse trágica, seria cômica. Ou ridícula até.
O Atlético estampa a falta de humildade e arrogância, que são
marcas registradas de seu atual presidente, querendo impor, malandramente, a
sua vontade; o presidente Hélio Cury, da FPF, mostra um despreparo total,
manipulado tal qual um marionete, nas mãos do mandatário rubro-negro; o
Coritiba, com a evidente e justa posição de manter a soberania do seu
patrimônio, mas ao mesmo tempo, deixando transparecer uma ponta de soberba, por
hoje estar em posição de vantagem sobre o maior rival. O preocupante é que todos
esquecem que suas ações mexem com gente, com paixão, e, irresponsavelmente
tratam de assunto tão simples, mas sério e relevante, como se fossem meninos de
colégio brigando por qualquer coisa banal.
Ora, Petraglias, Vilsons, Hélios, (no plural, pois representam
seus pares), não deixem de lembrar que suas ações repercutem por toda a cidade.
Principalmente em algumas cabeças de irresponsáveis comandantes de torcidas
organizadas (ou de alguns que assim se intitulam) que já pregam a retomada das
armas e uma guerra santa em defesa da pátria ultrajada. E tudo por conta de um
aluguel de estádio.
Se já é bárbara a atitude de torcedores ameaçando atos violentos
caso a locação do Couto Pereira se efetive, o que falar das declarações dos
“conselheiros”alviverdes, em sua maioria senhores de idade já avançada,
tradicionais empresários e cidadãos honrados de nossa cidade, que deixam de
lado a racionalidade para demonstrarem uma injustificável ira contra outra
instituição, um ódio fundamentalista que assombra.
Nesse caso, sugiro que por serem em maior número, os torcedores
de Coritiba e Atlético/PR, aluguem o Estádio Durival de Britto, que fica quase
no meio do caminho entre as sedes, para um combate épico, onde só o melhor e
mais forte sobreviva.
E os conselheiros e diretoria de ambos os clubes, liderados
pelos generais Petráglia e Vilson, ocupem a Praça Oswaldo Cruz (também a
meio caminho), e lutem até a morte pela honra de suas bandeiras, pela
“fundamental” razão de alugar ou não um estádio de futebol.
Ou, inspirados pelo cidadão que dá nome ao Centro de Esportes
localizado na mesma praça, Dirceu Graeser, jornalista já falecido, que entre
tantas coisas boas e relevantes que fez na vida, cantava, e cantava a PAZ,
raciocinem como adultos responsáveis, discutam como representantes de
tradicionais agremiações que de fato são, e cheguem a um consenso a respeito de
tema tão simples quanto a locação de alguma coisa.
Ah... vale lembrar. No tempo em que Dirceu Graeser era um
dos (se não o principal) jornalista esportivo do estado do Paraná, o
Atlético/PR (e também o Colorado) alugavam o Belfort Duarte/Couto Pereira) para
os seus grandes jogos... e nenhum presidente, dirigente ou conselheiro Coxa
(até alguns daqueles “vetustos” já citados e que ainda hoje lá estão)
demonstrava a atual indignação ou era massacrado por tal ato. Aliás, naquele
tempo, acho que os mandatários coxas-brancas usavam a grana dos aluguéis para
montar bons times de futebol.
O mundo precisa de muitas coisas para ser melhor. Mas acredito
que sentimentos como fraternidade e solidariedade deveriam ser mais exaltados e
aclamados pelas pessoas de bem.
Atlético e Coritiba deviam seguir o exemplo do meu time, o Glorioso Botafogo, em cujo o estádio, o Engenhão, jogam todos os times do Rio de Janeiro, num ambiente de civilidade.
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