Uma conquista de título, especialmente em um clássico de
muita rivalidade, como é o Atletiba, depende de vários fatores. O principal
deles, em minha ótica, é o equilíbrio. E este esteve sempre muito mais do lado
alviverde. Evidentemente que em uma decisão por pênaltis tudo poderia acontecer,
mas o título ficou com quem mais fez na competição e se mostrou mais preparado
para tal.
Em relação ao equilíbrio dentro das quatro linhas, a análise
deve ser feita em duas frentes: a questão tática e a questão comportamental dos
atletas/comissão técnica. Taticamente, o Furacão comprovou o equívoco dos
outros clássicos do ano, ao entrar, de forma acertada, com um meio campo mais
fortalecido, que poderia defender e atacar com a mesma eficiência. Mas ao fazer
isso somente no último jogo do certame, se prejudicou pela novidade, pela falta
de costume dos atletas com a nova formatação. Já o Coritiba manteve o mesmo
padrão já conhecido de todos.
Emocionalmente, quem corre atrás do prejuízo e vem com
histórico acentuadamente pior, como é o caso do Atlético, sempre se apresenta
mais tenso e nervoso. E nos dois jogos da final não foi diferente. A ousadia, o
atrevimento ofensivo, demonstrado pelo rubro negro durante os primeiros meses
de 2012, não se repetiram nos clássicos decisivos. Já o Coxa jogou o mesmo que fez
durante toda a competição, e se não foi
brilhante, como em 2011, foi eficiente quando necessário.
E em termos diretivos nem se fala. De um lado a conduta
reta, educada e profissional. Do outro, a deselegância das declarações levianas
sobre possíveis complôs, o desatino de ofensas a árbitros de reputação e
competência já mais do que comprovadas, como se estes fossem o real problema de
um clube que vem, para tristeza geral, se “apequenando”. O Atlético é muito
grande, um gigante eu diria, para ficar se escondendo atrás do choro contra as
arbitragens.
É hora de se ter um comando de fato. Não aquele que somente ameace
(não sei a quem) com a ausência do clube dos próximos certames estaduais. Não
daquele que chamou o próprio elenco de “timinho” há pouco mais de seis meses,
durante o combate eleitoral, mas que pouco fez para mudar, mantendo quase que a
mesma base, descumprindo promessas que hoje mais parecem bravatas.
Mas sim daquele comando que, com competência e profissionalismo,
monte uma equipe capaz, tecnicamente competente e equilibrada, que possa
resgatar a confiança e autoestima da fanática torcida rubro negra. E, junto aos
gritos e cantos de incentivo da galera, possa levar o Furacão de volta à Série
A já em 2012, e devolver ao clube a sua “cara” de vencedor.
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