A derrota do Brasil para o México, por 2x0, neste domingo
(3), trouxe à tona novamente uma situação curiosa, entre torcedores e parte dos
cronistas e comentaristas esportivos. Estes e aqueles, como brasileiros que
são, e, portanto, “conhecedores” absolutos das artimanhas do futebol, já haviam
mudado de opinião depois das duas vitórias iniciais nesse giro de amistosos
preparatórios. A Seleção Brasileira olímpica, de Mano Menezes, antes “um bando de
pernas-de-pau” era definida como pronta, de refinada qualidade, e para alguns,
favoritíssima ao ouro em Londres. Bastou a derrota contra os mexicanos para que
se desdissesse tudo o que foi dito. Como sempre. Fácil assim.
Quanto aos torcedores até se entende, pois são movidos pela
paixão e, esses sim, não necessitam “saber de fato” do que estão falando. Para
esse grupo o resultado numérico - o placar dos jogos - é o que interessa. Se
ganha é bom, se empata é meia-boca e se perde é ruim. Mano Menezes começou com
maus resultados à frente da Seleção e por isso já recebeu por grande parte da
torcida o carimbo: não serve. E não interessa se quase nem treinou a equipe, se
enfrentou seleções do nível de uma Alemanha, jogando em casa, o que interessa é
que perdeu. Simples assim.
Lamentável é perceber que grande parte dos analistas (que
são formadores de opinião) age da mesma forma. Como torcedores, passam da mais
completa euforia após uma vitória para um total descrédito nas derrotas. Assim,
sem mais nem menos. E sem vergonha nenhuma em negar o que já haviam afirmado,
sacramentado e assinado. Apenas desdizem, na mais absoluta cara de pau. E o
torcedor, indignado com a derrota, e querendo ouvir aquilo mesmo, nem se dá
conta disso.
Após o revés de ontem, contra os mexicanos (ultimamente
viramos fregueses deles, dos meninos aos mais velhos), isso ficou evidente. O
mesmo comentarista que após as convincentes vitórias contra Dinamarca e EUA, já
havia tornado verdade absoluta que o jovem Oscar era o armador que faltava à
Seleção, e que Paulo Henrique Ganso nunca jogou “aquilo”, depois do resultado
negativo veio com mais uma pérola: “O Brasil não tem armadores à altura”.
E então, cara pálida, pelo menos (segundo as suas próprias
palavras) para enfrentar Dinamarca e EUA existiram armadores capazes, no caso o
Oscar. Contra as outras equipes do mundo não? E o Ganso? O Oscar deve ser
dispensado? Volta o Ronaldinho Gaúcho? Sai o Mano? Desistimos das Olimpíadas?
Beira o ridículo.
Com esse pensamento, contra a Argentina, de Messi, Aguero,
Di Maria, Higuain e Mascherano, o Brasil já perdeu, e de muito. E parte desses
- torcedores e comentaristas - espera que seja de goleada, porque assim,
segundo alguns, a CBF já demitiria Mano Menezes, antes mesmo dos Jogos Olímpicos.
Se tudo correr normalmente, acredito que o jogo do próximo
sábado, entre Brasil e Argentina, deva ser vencido pelos “hermanos”, por sua maior qualidade e experiência. E se as feras
deles estiverem inspiradas, e os nossos bons jogadores (além da nossa fera,
Neymar, que até agora não brilhou) não estiverem em uma boa tarde, pode ser até
de goleada. Mas se for o inverso, podemos vencer. E o que importa? Vencer ou
não a Argentina não mudará o rumo da história.
O importante é se seguir um planejamento correto e
profissional em busca dos objetivos traçados. O ideal (utópico, é verdade) seria
que quem estivesse à frente da CBF fosse alguém capaz e entendedor desse
complexo processo. Alguém que de fato já tivesse vivenciado tudo isso e pudesse
definir com razão e sobriedade, e não com entusiasmo e paixão. Mas não é.
Torcedor, entenda que vencendo ou perdendo para a Argentina
no próximo jogo, com Mano Menezes, Felipão, Muricy - ou seja lá quem for - à
frente da Seleção nas Olimpíadas, você irá torcer e vibrar com as vitórias e
lamentar e se revoltar com as derrotas. Analistas, analisem (se puderem) os
jogos, os esquemas táticos, as variações apresentadas, as reais condições desse ou
daquele jogador, e não somente o resultado das partidas. Não se aproveitem dos
torcedores com sensacionalismos baratos e leviandades reprováveis.
E a vida seguirá, simples assim.
É Serginho, assisti o jogo pela "poderosa" Globo. Foi bem isso que aconteceu, nos 2 primeiros jogos tudo era maravilha, ontem a casa caiu. O problema é que eles nas vitórias (normais pela tradição) encobrem as falhas e enfeitam o pavão, mas quando perde e merecidamente como perdeu do México, o que vão flar. O Neymar ainda tem muito que aprender, jogar aqui no Brasil é muito diferente, os times dão espaço e ele deita e rola. Quando pega times de fora não joga nada e ainda fica agressivo. Voltando aos comentaristas, é difícil aguentar essa globo, tentam de todas as forma manipular o povo, não imposta se para isso tem que mudar de opinião a cada jogo, É triste, mas é a realidade.
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