sexta-feira, 9 de março de 2012

Lágrimas geniais


A última quinta-feira foi de muita emoção. Três gênios do esporte me fizeram chorar. Mas de alegria, contentamento, encantamento. Messi e Neymar, pelas atuações e, principalmente, pelos gols belíssimos, verdadeiras obras primas, quadros de Van Gogh, sinfonias de Bethoven, poemas de Drummond. Guga (que já fez tudo isso e mais um pouco em sua extraordinária carreira de tenista, encerrada precocemente em 2008), pela sua simplicidade e generosidade - exemplos raros nos dias de hoje - ao receber a indicação para o International Tennis Hall of Fame & Museum, onde a partir de julho fará parte do Hall da Fama.

Neymar

O Santos venceu o Internacional nesta quarta-feira, em partida válida pela Libertadores da América, por 3x1.  Mas o expressivo resultado ficou em segundo plano ofuscado pelos três gols do jovem atacante. Dois deles foram dignos de entrar para a história. Positivamente o palco (a Vila Belmiro, onde Pelé encantou o mundo há cinco décadas) inspira os gênios.

Foram duas arrancadas do campo defensivo, com Neymar conduzindo a bola, submissa, em altíssima velocidade, driblando quatro ou cinco desesperados colorados, que nem falta conseguiram fazer. E o endiabrado atacante levou a “pelota” até a área adversária e, como já disse o poeta Benjor, “só não entrou com bola e tudo porque teve humildade”.
De aplaudir em pé. Como já se fez com Maradona, na Copa de 1986, contra a Inglaterra; com Ronaldo, jovem ainda, pelo Barcelona, na década de 90; e com Messi, há alguns anos atrás, em gol também pelo Barça.

Messi

Na quarta-feira, pela Champions League, o Barcelona fez história. Venceu o jogo de volta, Bayer Leverkusen por 7x1, jogando em Barcelona. Há duas semanas na casa dos vice-campeões alemães, já havia sapecado um 3x1. No resultado agregado, 10x2 para os espanhóis, um dos mais elásticos placares de todos os tempos na Champions Legue, em uma fase de mata-mata.

Muito? Até seria. Mas o mundo, boquiaberto, nem falou da atuação de gala da equipe catalã. O tema principal foi o desempenho de Lionel Messi. Genial é pouco. Cinco gols e um show. Dois gols por cobertura, com toques sutis, um de perna esquerda (já sabidamente habilidosa) e um de direita. Nos outros três, dribles curtos, chutes secos, nos cantos, e oportunismo ao apanhar o rebote do atarantado goleiro alemão.

Guga

O International Tennis Hall of Fame & Museum anunciou nesta quinta-feira o que Gustavo Kuerten fará parte do Hall da Fama. Em evento realizado na sede do Banco do Brasil, em São Paulo, a entidade americana oficializou a aprovação do maior representante da história do tênis masculino do País, tricampeão de Roland Garros e ex-número 1 do mundo por 43 semanas.

Acompanhei toda a trajetória de atleta de Guga, e pude conhecê-lo pessoalmente quando trabalhei no Avaí (clube do coração de Gustavo). A humildade e simplicidade são marcas registradas do “manezinho da ilha”. Nessa quinta-feira, ao receber a confirmação de tão grande honraria, fez questão de destacar o trabalho de Larri Passos, seu treinador e mentor, e a importância da família no sucesso de sua carreira. E de quebra, afirmou que o mais importante em sua trajetória, foi ter conseguido aproximar o tênis do povo, e por consequência, poder ter estado sempre ao lado das pessoas comuns.

É verdade Guga. Você está dentro do coração de cada brasileiro. E Guga chorou. E com ele, todos os que amam o esporte.