segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vitória do equilíbrio


Uma conquista de título, especialmente em um clássico de muita rivalidade, como é o Atletiba, depende de vários fatores. O principal deles, em minha ótica, é o equilíbrio. E este esteve sempre muito mais do lado alviverde. Evidentemente que em uma decisão por pênaltis tudo poderia acontecer, mas o título ficou com quem mais fez na competição e se mostrou mais preparado para tal.

Em relação ao equilíbrio dentro das quatro linhas, a análise deve ser feita em duas frentes: a questão tática e a questão comportamental dos atletas/comissão técnica. Taticamente, o Furacão comprovou o equívoco dos outros clássicos do ano, ao entrar, de forma acertada, com um meio campo mais fortalecido, que poderia defender e atacar com a mesma eficiência. Mas ao fazer isso somente no último jogo do certame, se prejudicou pela novidade, pela falta de costume dos atletas com a nova formatação. Já o Coritiba manteve o mesmo padrão já conhecido de todos.

Emocionalmente, quem corre atrás do prejuízo e vem com histórico acentuadamente pior, como é o caso do Atlético, sempre se apresenta mais tenso e nervoso. E nos dois jogos da final não foi diferente. A ousadia, o atrevimento ofensivo, demonstrado pelo rubro negro durante os primeiros meses de 2012, não se repetiram nos clássicos decisivos. Já o Coxa jogou o mesmo que fez  durante toda a competição, e se não foi brilhante, como em 2011, foi eficiente quando necessário.

E em termos diretivos nem se fala. De um lado a conduta reta, educada e profissional. Do outro, a deselegância das declarações levianas sobre possíveis complôs, o desatino de ofensas a árbitros de reputação e competência já mais do que comprovadas, como se estes fossem o real problema de um clube que vem, para tristeza geral, se “apequenando”. O Atlético é muito grande, um gigante eu diria, para ficar se escondendo atrás do choro contra as arbitragens.

É hora de se ter um comando de fato. Não aquele que somente ameace (não sei a quem) com a ausência do clube dos próximos certames estaduais. Não daquele que chamou o próprio elenco de “timinho” há pouco mais de seis meses, durante o combate eleitoral, mas que pouco fez para mudar, mantendo quase que a mesma base, descumprindo promessas que hoje mais parecem bravatas.

Mas sim daquele comando que, com competência e profissionalismo, monte uma equipe capaz, tecnicamente competente e equilibrada, que possa resgatar a confiança e autoestima da fanática torcida rubro negra. E, junto aos gritos e cantos de incentivo da galera, possa levar o Furacão de volta à Série A já em 2012, e devolver ao clube a sua “cara” de vencedor.

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