sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Papo Cabeça


Alex: a trajetória de um gênio  -  Parte III

O "piá" paranaense que com seu talento e genialidade conquistou os estádios do mundo

Nas duas primeiras partes da entrevista, já postadas, Alex falou sobre sua trajetória no futebol até a saída para o futebol europeu e suas passagens pelas Seleções Brasileiras. Na terceira e última parte ele comentará sobre suas experiências internacionais, especialmente no Fenerbache, e contará algumas curiosidades sobre o cidadão Alex.  

SP: A primeira saída para o exterior, para o Parma, foi mal sucedida. Era a hora certa de mudar de país? Por que deu errado?
Alex: Saí em um bom momento. Já tinha vencido tudo com o Palmeiras e era titular da Seleção. O duro foi ser contratado pelo Parma, um grande clube italiano, em um momento em que eu era titular da Seleção Brasileira, chegar lá e ouvir do treinador que não me conhecia. Sem falar nas dificuldades do clube, com a quebra da Parmalat.
No Fenerbache se tornou um dos maiores artilheiros da história do clube
SP: Como atleta, foi positivo ter ido à Itália naquele momento? E para o Alex, como pessoa?
Alex: Como jogador, pouco ou quase nada de positivo. Mas no homem, muito. Me ajudou a perceber que manter meus princípios é a coisa mais importante que posso fazer sempre, em qualquer situação.
SP: E o Fenerbache, seu clube atual? Como foi a ida para a Turquia?
Alex: Eles foram ao Brasil, em 2003, para me contratar. Eu não quis nem ouvir a proposta. Minha mulher estava grávida, depois de um ano e meio de tratamento. Ela já tinha perdido duas gravidezes bem no inicio. Falei para os turcos que ouviria a proposta deles somente após o nascimento da minha filha. Eles aceitaram, mas vinham a cada 20 dias para o Brasil, para acompanhar tudo, e quando eu estava na Europa com a Seleção, lá estavam eles tentando me convencer a aceitar a proposta. Até o momento que aceitei. Nove meses depois da primeira conversa.
SP: Como foi chegar em um país de língua totalmente estranha e costumes tão diferentes? Como foi a relação com treinadores, jogadores e imprensa?
Alex: A maior dificuldade que tive foi a forma como jogam futebol por lá. Essa história que futebol é igual em todos os lugares é mentira. Foi duro, mas aprendi. Com a imprensa foi mais complicado. Eles diziam que eu era jogador de jogos pequenos, que nunca atuava bem nos clássicos e em jogos da Liga da Europa.  Mas com o passar do tempo eles viram que falavam besteira e hoje a relação é boa.
Uma obra de arte...
SP: Quais são estas diferenças na forma de jogar do futebol turco, que tornaram mais difícil a tua adaptação, na chegada?
Alex: A grande diferença está no posicionamento. No Brasil, normalmente os laterais batem de frente com os laterais adversários. Sempre joguei de meia, com um meia ao meu lado, ou três volantes atrás do meu posicionamento. Aqui isso não existe. Todos os times jogam com duas linhas de quatro, sendo que, às vezes, a primeira linha é formada por quatro zagueiros. Dificilmente eles trabalham a bola de um lado para o outro. Preferem sempre a ligação direta e a briga pela segunda bola, a diminuição dos espaços. Isso para mim no inicio foi horrível. Até achar uma área em campo onde pudesse render bem e poder ajudar, demorou uns meses. Minha sorte foi que o treinador da época, o alemão Christoph Daum, me ajudava muito e aí a coisa aconteceu.

Ao lado do uruguaio Lugano, Alex desfila em ônibus em Istambul após conquista do título nacional
SP: E a torcida turca? Ouve-se que são fanáticos e entusiasmados. É verdade?
Alex: Maravilhosa!!! Nunca vi ou convivi com nada parecido em minha vida.
SP: O que representa o Fenerbache na sua vida?
Alex: Representa muito. Acabei de fechar minha sétima temporada aqui. Alcancei índices inimagináveis. Posso entrar na relação dos cinco maiores artilheiros do clube. Me tornei capitão do time, e posso vir a ser o maior goleador da historia do clube na Liga Turca. Meu atual treinador é o maior artilheiro do clube na Liga, com 140 gols. Já marquei 123 gols até agora. Se fizer 18 nesta temporada ultrapasso ele. Minha primeira filha veio para cá com três meses; a segunda nasceu aqui; o último nasceu em Curitiba, por coincidir com minhas férias, mas era para nascer aqui também. Renovei meu contrato recentemente e devo fechar nove anos de clube. É metade da minha carreira.
SP: Até quando você pretende jogar no Fenerbache?
Alex: Vou cumprir esses dois anos, até 2013. Depois disso, ainda não decidi o que vou fazer.
SP: Você disse anteriormente que o Zico foi um grande ídolo seu. Como foi a relação com o técnico Zico e com o Edu Coimbra, irmão e auxiliar dele, que por dois anos dirigiram o Fenerbache?
Abraçando Zico, com Edu Coimbra ao lado
Alex: Espetacular! O Zico era minha referência de criança. Eu sempre falei que gostava de ver os meias jogando. Apesar de jogar na ponta esquerda, quando tinha uns 12 anos, eu gostava dos meias. Tostão, Serginho, Adoílson, Neto, Pita, Geovani, e os estrangeiros como Baggio, Laudrup, Francescoli e Maradona; mas o Zico era o “cara” para mim. Quando ele assumiu aqui, como treinador, foi fantástico. O gelo foi quebrado num revellion. Quando olhei, ele estava com minha filha no colo. Aí pensei: “de ídolo a amigo foi um longo caminho, mas valeu a pena”.  Por que ser amigo do Zico é ser amigo de uma figura humana fantástica. Como treinador, ele me deu dicas importantes, de comportamento,movimentação, participação no grupo (me fez capitão do time). O Edu é espetacular também. Conversamos muito. Como já era mais antigo de casa e éramos vizinhos, muitas vezes dava carona para ele. Ele tem uma ligação especial com Curitiba, criada desde os tempos de jogador do Colorado, na década de 70. E ainda mais depois que dirigiu daquele timaço do Coxa, em  89, tema freqüente de nossas conversas. Foram dois anos super prazerosos, ao lado desta dupla fantástica.
SP: Os técnicos estrangeiros com quem você trabalhou, tem um trabalho muito diferente dos brasileiros? Qual o grande treinador da tua trajetória?
Alex: O grande nome de treinador aqui no Fenerbache é o Zico. Em dois anos ficamos entre os oito melhores da Europa e fomos campeões nacionais, com uma campanha muito tranquila. Tive um treinador alemão (Crhistoph Daum); o atual, um turco (Aykut Kocaman); e o Don Luis Aragonés, técnico campeão europeu e que montou essa “baita” seleção espanhola. Um grande treinador, com ideias espetaculares. Só durou um ano, porque a relação humana com ele era muito difícil. Os jogadores não estavam acostumados a serem cobrados diariamente. O jogador turco gosta de atitudes paternalistas e com Don Luis isso não acontecia. Nesse ano, com ele, nós jogávamos em um 4-1-4-1. Uma linha de quatro zagueiros, um volante que ele chamava de pivô, quatro meias e um atacante. Durante um turno inteiro eu fui o volante dele. Ele me dizia: “você é o único que pode fazer a bola andar na velocidade que quero. Dê, no máximo, três toques na bola”. Foi uma experiência muito boa para mim, porque comecei a enxergar o jogo de uma forma diferente e me acrescentou algumas situações que até então, nunca tinha percebido. Depois perdemos alguns jogadores por contusões e ele alterou o esquema e voltei para minha posição de meia, só que jogando aberto pela direita.
"Procurei deixá-lo à vontade para jogar e mostrar todo o seu talento. É um extra-classe, um dos maiores meias do futebol brasileiro. Além da qualidade técnica, tem uma visão total do que acontece no jogo e quando a bola chega, ele já sabe tudo o que fazer. Tem uma visão de gol incrível e uma coisa importante: Não é egoísta. Se tiver um companheiro melhor colocado, muitas vezes prefere o passe a tentar uma jogada individual."   Zico - ídolo e técnico de Alex, no Fenerbache
SP: Quais as semelhanças  e diferenças relevantes nos trabalhos de Luxemburgo, Felipão e Zico?
Alex: O Felipão é mais preocupado com a parte defensiva. Para chegar no ataque ele cria uma forma de se jogar pelos lados,  com os laterais, para que se crie situações sempre pelo lado. Gosta de ter sempre um homem protegendo sua defesa e um atacante fixo de área. Com o Felipão aprendi que é importante se definir uma partida quando se tem a chance, e não quando queremos.O Luxemburgo  gosta do ataque. Gosta que seu segundo homem de meio componha bem o meio campo, mas que saiba jogar e determine bem essa saída de trás. Gosta de atacantes de movimentação, para criar espaços determinantes para os jogadores que vem de trás. Com o Luxa aprendi a usar minhas características, numa zona mais decisiva e que fazer gol era necessário para um meia. Antes do Luxa eu fazia menos gols.Em termos de ambiente, ambos  são fáceis de trabalhar, apesar do Luxemburgo ser sempre mais próximo do jogador e de sua família. Na Europa isso não existe. A relação é estritamente profissional. Trabalha e acabou. Vai para sua casa e volta no treino seguinte. Com o Zico era diferente, porque éramos em muitos brasileiros. Então se formou um ambiente bacana, como estamos acostumados no Brasil.
SP: Quais as principais diferenças táticas entre o futebol brasileiro e o europeu, principalmente dos times em que você atuou?
Alex: Posicionamento.  Aqui a tática utilizada é, na maioria das vezes, o 4-4-1-1. Isso muda pouco. Eu já cheguei a jogar no 4-3-3, mas atuando como falso centroavante. De volante para frente, já joguei em praticamente todas as posições.

SP: Você concorda com os que dizem que o futebol brasileiro é o melhor do mundo? Por quê?

Alex: Antigamente tínhamos volantes com qualidade de jogo.Depois mudou para volantes roubadores de bola,e agora está voltando o volante com qualidade. Querendo ou não, o principal jogador de uma equipe de futebol é o volante. Se a leitura de jogo dele não for boa, a equipe não anda, fica quadrada. E volante bom é o que se posiciona bem e dá velocidade ao seu time. As mudanças acontecem de tempos em tempos. O que não devemos é ficar comparando. Por exemplo, Falcão em 82, Mauro Silva em 94 e Gilberto Silva, em 2002. Em 20 anos vemos três características diferentes de qualidade nos nossos principais volantes. E com essa situação de ocupação de espaço e de mudança de velocidade, o volante faz as diferenças acontecerem. Outra situação importante é a velocidade do jogo. Eu fui criado na base do Coxa para ser um jogador lento. Todo trabalho físico era feito em cima de distâncias longas; trabalhos aeróbicos longos, trabalhando sempre as fibras lentas. Hoje em dia isso praticamente não existe. Se faz a base aeróbica, o restante é força e velocidade; recupera e volta com força e velocidade. Essas situações e mais ideias e conceitos de algumas escolas transformam o futebol de tempos em tempos. E a Copa do Mundo tem peso importante nas mudanças. A derrota do Brasil, em 1982, causou uma mudança drástica no futebol do mundo. E a manutenção das escolas e conceitos é o que é mais importante pra mim. O futebol jogado no Rio Grande do Sul é diferente do de São Paulo, que é diferente do Rio de Janeiro e assim por diante.

SP: O que deveria ser feito para que o Brasil (seleção e clubes) fosse mais vencedor, mais efetivo, nas competições internacionais?
Alex: Seleção e clube são coisas distintas. No clube tem que se projetar algo no papel e correr atrás de executar bem. Joguei em dois clubes que fizeram isso muito bem feito. O Palmeiras projetou em 1997 ser campeão da América até o ano 2000. Ganhamos em 1999 e perdemos a decisão em 2000. O Cruzeiro projetou ganhar o campeonato brasileiro até 2004, num projeto que começou em agosto de 2002.  Em 2003 conseguimos o título. Projeta-se por que sabe quando, como e de onde ter receita. Contrata-se jogadores, busca-se bons meninos na base e se monta  uma boa equipe. Na seleção sempre tem os preferidos do treinador, não são efetivamente os melhores!  Por que muitas vezes o que é o melhor, não se encaixa dentro da preferência e das necessidades daquele treinador. E não se tem tempo para treinar. Então o treinador teria que imaginar uns 30 jogadores e trabalhar em cima desses nomes, mas sem fechar a porta para os bons jogadores, e isso infelizmente acontece muitas vezes. Montar uma boa seleção e muito difícil. Agora montar uma seleção efetiva é muito viável. Mas o grande problema é que a Seleção Brasileira atende a muitos interesses. Isso para a formação de um time também é um obstáculo.
SP: Como funciona o esquema de concentração no futebol turco? Vocês concentram sempre, nunca ou as vezes?
Alex: Concentramos sempre. Mas num esquema muito simples. Nossos jogos são sempre a noite. Treinamos um dia antes e ficamos concentrados. Se for um jogo fora de casa, treinamos pela manhã e viajamos. E voltamos assim que acaba o jogo.

SP: Você é a favor da concentração?
Alex: Sou a favor. Desde que não seja exagerada. Mas um dia antes, para se alimentar e dormir bem, e ainda usar o tempo livre para acertar algumas coisinhas finais. O que não concordo é concentração com dias antes, ou uma semana em algum hotel. Esse tipo de atitude não ajuda em nada, creio.
SP: Resuma como são os períodos de pré-temporada. E a rotina de treinamento durante o ano.
Alex: Muito simples e bem definido. A temporada se joga de agosto a maio. Em junho são as férias, e em julho é a pré-temporada. Treinamos muito forte nessa pré-temporada e depois depende de quem esta no comando. Mas quando treinamos pela manha, começa às 11 horas, sendo que temos que nos apresentar 1 hora antes. À tarde é o mesmo esquema. Nos apresentamos às 17 horas para começarmos a treinar as 18horas.
SP: Você tem algum tabu ou regra, como, fazer sexo “tantos” dias antes do jogo atrapalha. Ou outro qualquer.
Alex: Atrapalha é não fazer. Aconteceu um fato engraçado comigo, na época do Cruzeiro. Minha esposa ficou grávida duas vezes e perdeu ambas em abortos espontâneos, logo no inicio da gestação. Tivemos que fazer um tratamento específico. E tínhamos determinados dias para fazer sexo, para “vingar” uma nova gravidez. Abri o jogo com o Luxemburgo, e ele me ajudou nisso. Se caísse em dias de concentração, ele me liberava. Chegou a me liberar em dia de jogos. Em três jogos passei a manhã em casa, me apresentei no almoço, duas vezes no Mineirão e uma vez no Olímpico, em Porto Alegre. E joguei bem demais nesses jogos. O engraçado é que quando me apresentava, os colegas ficavam comentando, “será que engravidou?”. Todos sabiam o que tínhamos passado era para ter um filho. Mas valeu a pena.

SP: Qual o melhor time em que você jogou?  E o que você viu jogar?
Alex: O melhor time que vi jogar foi o Palmeiras, de 1996, dirigido pelo Luxemburgo. Mas o Coritiba de 1989 me encantava; o Palmeiras, de 1993/94 também; o São Paulo, do Telê, também. Eu joguei em dois ”timaços”: o Palmeiras de 1999, campeão da Libertadores e o Cruzeiro,  campeão de tudo em 2003. O Palmeiras tinha grandes jogadores, mas era pragmático, jogava para ganhar. E ganhava!  Mas prefiro o Cruzeiro de 2003. Jogava para ganhar e para se divertir. Ganhou tudo e nos divertimos demais.

SP: O melhor jogador com quem você jogou?  E o melhor que você viu jogar?
Alex:  Da minha geração joguei com os melhores. Com Taffarel, Marcos, Dida, Cafú, Arce, Aldair, Gamarra, Roberto Carlos, Júnior, Roque Junior, Juan, Lúcio, Lugano, Cris, Luisão, César Sampaio, Mauro Silva, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Romário, Djalminha, Aristizábal, Evair, Ademir Alcântara, Pachequinho, Paulo Miranda, Pierre van Hooijdonk, Appiah e outros; mas quem eu parava para ver era o Djalminha... O Djalma brincava e se divertia com aquilo.

SP: Depois de toda a experiência acumulada, para você, qual a(s) principal(is) característica(s) para que o atleta tenha sucesso na carreira?
Alex: Disciplina e comprometimento!!! Acredito que tenha espaço e tempo para fazer tudo. Mas o jogador tem que ser disciplinado e comprometido consigo mesmo. Pode beber, ir pro samba, pra noite... Mas tem que entender que somos e temos profissão diferente das outras. Dependemos do nosso corpo e por um período restrito. E mexemos com a emoção de muitos, carregamos a responsabilidade de jogarmos em equipes com muita torcida e que muitos tem esse clube acima de qualquer coisa... essa responsabilidade é enorme e temos que ter essa consciência.
Alex e a esposa Dayane, torcendo pelo Brasil
SP: Vamos falar um pouco do homem, do cidadão Alex. Um pouco do lado que ninguém (ou poucos) conhece(m). Quais as principais características da tua personalidade?
Alex: Sou amigo dos meus amigos. Muito tranquilo e ponderado em tudo que faço.
SP: Principais virtudes. Maiores defeitos.
Alex: Minha maior virtude é ser honesto. O que hoje em dia é muito difícil de se achar. O maior defeito é ser teimoso.
SP: E nas horas vagas? Algum hobby?
Alex: Gosto de ler, cinema, teatro. Depende onde estou. Em Curitiba, adoro o Parque Barigui. Estando em casa, adoro brincar com as crianças e meus cachorros. Adoro carteado, churrasco com os amigos, roda de samba. Tudo depende do momento.
SP: Música: estilo? Artista ou banda? Música preferida?
Alex: Samba! Zeca Pagodinho, Reinaldo, Arlindo Cruz, Mauro Diniz, Beth Carvalho, Leci Brandão, Roberto Ribeiro, João Nogueira, Fundo de Quintal, Alcione, Serginho Miriti, Leandro Sapucahy, Martinália, Marquinho Satã e muitos outros sambistas ...
SP: Cinema, filmes?
Alex: Adoro! Não tenho preferência por um estilo definido. Gosto de bons filmes. Se fosse escolher um ator, seria Al Pacino. Uma atriz, Meryl Streep.
SP: Na TV brasileira, alguma preferência?
Alex: Como estou fora do Brasil é mais difícil acompanhar os programas de TV. Mas quando estou aqui gosto de assistir o Sportcenter última edição, da ESPN Brasil, com Paulo Soares e Antero Greco.
SP: E a comida: brasileira ou turca?
Alex: Brasileira. Churrasco, feijoada, lasanha. Arroz, feijão, bife, mandioca frita, também cai bem demais. Ou arroz, carne moída, um ovo frito em cima, também é espetáculo. Enfim, gosto de comer (risos.)
SP: Bebida: água, refrigerante, cerveja, vinho ou outras?
Alex: Água e vinho.
SP: Defina, em poucas palavras, o que significa para você:
Amigo: importante
Família: essencial
Futebol: felicidade
Gol: êxtase
Felicidade: futebol
Trabalho: prazer

SP: Bem, falando de coisas que virão pela frente... Você tem o dom da palavra, se expressa bem, é inteligente. Se enxerga mais comandando um grupo com técnico ou um clube como manager? Uma dessas opções passa pela sua cabeça?
Alex: Gosto de falar de futebol, discutir futebol, estar no futebol. Mas gosto muito também de estar com meus filhos, minha esposa. E continuar no futebol, como treinador ou em outra função é estar um pouco distante da família. Isso é uma situação em que se necessita buscar um equilíbrio.  Então quando penso em o que fazer pós-futebol, penso sempre numa situação onde possa estar próximo deles.
SP: Então o que o Alex, depois dessa vida dentro do futebol, diria para um menino que está começando neste esporte?
Alex: Que sonhe... E acredite que pode realizar esse sonho.
SP: E o que diria para aquele torcedor que te acompanhou por toda a sua carreira?
Alex: Obrigado por me acompanhar. Acredito ter sido boa companhia nesse período.

SP: E o futuro? Depois do futebol, algum projeto já definido?
Alex: Algumas coisinhas sendo imaginadas. Mas nada definido.
SP:  Imagina encerrar a carreira onde e quando?
Alex: Realmente não imagino.

SP: Mas tem uma pergunta que não posso deixar de fazer: o Palmeiras e o Cruzeiro – e outros grandes clubes brasileiros – já disseram que sonham em contratar você depois que acabar o seu contrato com o Fenerbache. A galera Coxa aguarda também ansiosa que você venha para cá. Sem rodeios... o Alex encerra a carreira no Fenerbache? No Coritiba? Ou em outro clube dos acima citados?

Alex: Tenho algumas opções. O Fenerbache deseja que eu encerre aqui. Eles querem que eu permaneça e já me falaram abertamente sobre isso. Pensando mais na família que no futebol, posso ir para os Estados Unidos ou para o mundo árabe. Fora isso, volto pro Coxa. Ainda não decidi e tenho mais um tempinho para fazê-lo.

SP: Uma consideração final:
Alex: Uma das minhas tristezas no futebol foi não ter jogado com Osvaldo, Serginho, Carlos Alberto Dias e Tostão, naquele incrível meio-campo do Coxa de 1989. Isso não é demagogia, por que eu não preciso disso. Mas teria sido um prazer imenso fazer algumas tabelas nesse meio-campo.

Um pouco da brilhante passagem de Alex pelo Fenerbache

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