terça-feira, 25 de janeiro de 2011

TERÇA É "DIA DE POESIA" Hoje homenagem ao grande Zeca Baleiro

            Hoje, no “Dia de Poesia”, uma homenagem à obra de Zeca Baleiro, compositor e intérprete maranhense, expoente da nova MPB. Zeca, com seu talento e humildade, apresentou no último domingo, no Guairão, ao lado da Orquestra À Base de Cordas, do Conservatório de MPB, aqui de Curitiba, um show perfeito e inesquecível. A Orquestra comandada pelo excepcional músico João Egashira, e que conta com artistas da terra, como Julião Boêmio, no cavaquinho e Luis Henrique Brandão Rolim, na bateria, entre outros, executou arranjos belíssimos, que tornaram ainda mais sublime a obra de Baleiro. Destaco hoje uma parceria de Zeca com a poeta curitibana Alice Ruiz, a linda “Quase Nada”. E a bela poesia, de autoria do próprio Zeca Baleiro, chamada “À Flor da Pele”, canção que lançou o músico maranhense no cenário da MPB.

QUASE NADA
Alice Ruiz / Zeca Baleiro

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso

Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada


À FLOR DA PELE
Zeca Baleiro 

Ando tão à flor da pele,
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final

Um barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Um bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras suicido

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio

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